Todas as letras

A VIDA É
A VIDA É
(Celso Viáfora)
De repente tô cara a cara com um cara no espelho que sou eu
e meu rosto é um pouco meio velho perto do rosto que era o meu
é que o tempo é tão lépido
é que tudo é tão ávido
é que o passo é tão tímido
é que o prazo é tão rígido
é que passa tão rápido
é que a vida é o que a vida é
De repente, faz muito, muito tempo o tempo que há pouco se passou
e a memória do tempo agora se confunde com o agora onde estou
É que o tempo é tão próximo
é que tudo tem ritmo
é que o passo é tão íntimo
é que o prazo é tão ínfimo
é que passa num átimo
é que a vida é o que a vida é
Se já não sou mais aquele
se pesa o tempo em meus ombros
fiz maravilhas com ele
vi coisas de deixar bobo
Eu nunca fui um assombro
mas conheci quem é
Se já não sou como antes
se pesa o tempo em meu corpo
fiz coisas tão delirantes:
li, vi e ouvi caras loucos
e se não for o bastante
eu vi jogar Pelé
piano: Tiago Costa
violão de aço: Webster Santos
contrabaixo acústico: Fi Maróstica
bateria: Thiago Rabelo (Big)
1o. violino: Edgar Leite
2o. violino: Daniel Moreira (Cuca)
viola: Daniel Pires
violoncelo: Vana Bock
voz, violão e arranjo: Celso Viáfora
UMA CANÇÃO BONITA
UMA CANÇÃO BONITA
(Celso Viáfora)
Não guardo feições, me afeiçoo
tenho como bobo o soberbo
o que não consigo, concebo
não sigo o destino, destoo
Eu não me perco com o que é parco
não ponho senha no sonho
não quero pouco, quero o palco
não me acabrunho e nem desdenho do medonho
Quando tudo dá errado ouço uma canção bonita e choro
ignoro o mau agouro e me revigoro
Não tenho façanhas, nem peçonha
não tenho presídios, só prosódia
coleciono discos, não discórdias
não barganho ganhos pela vergonha
não tiro fotos, guardo afetos
não chego a tantos, mas sigo atento
não tenho sorte, tenho o incerto
sinto que minto se não falo ao sentimento
Quando tudo dá errado ouço uma canção bonita e choro
ignoro o mau agouro e me revigoro
Crio ficção, não facciono
mal acerto o passo e já tropeço
Com os erros crassos mais eu cresço
cresço com os danos e os abandonos
Quando não me encaixo não me queixo
um frio dos diachos e me deixo
Não apago o facho e nem me fecho
perco pro cambalacho mas não por desleixo
Quando tudo dá errado ouço uma canção bonita e choro
ignoro o mau agouro e me revigoro
NO DIA EM QUE QUASE MORRI
NO DIA EM QUE EU QUASE MORRI
(Celso Viáfora)
Naquele dia em que quase morri
passou o ônibus lotado
e com isso eu encontrei minha madrinha
A dinda mora tão perto daqui
e a gente quase nunca se acarinha
Caía uma garoa bem fininha
o frio cortava feito um bisturi
Com chuva e tudo o cara que faz música
na Praça da República
insistia em se exibir
Pensei parar pra ouvir a sua obra
mas cadê que tempo sobra?
Sua voz cantou sozinha
Naquele dia em que quase morri
a catedral tocou os sinos e assisti ao revoar das andorinhas
Bati o dedo e quase dei piti
Ficava puto com qualquer coisinha
Nasceu o neto da minha vizinha
fizeram festa mas não pude ir
Na fábrica passei do tom da crítica
na discussão política
e ofendi Seu Jurandir
Invés de lhe chamar na mesma horinha
pra acabar com a picuinha
eu preferi ficar na minha
Naquele dia o dia parecia um dia igual
que repetia, repetia um dia tal e qual
Então o tempo para o movimento
quebra um rolamento
o sol apaga ou o ar definha
Naquele dia em que quase morri
o universo estava ali
a conspirar a meu favor e eu nem me atinha
Naquele dia em que quase morri
eu tinha a vida pra existir
e achava tão pequenininho isso que eu tinha
CARA AO SOL
CARA AO SOL
(Rafael Alterio e Celso Viáfora)
Me encara, cara a cara, já
como um carajá
me escancararia
a máscara que me guardou
sobre o que não sou
nem nunca seria
Me tira a capa e o capuz
como aricapus
nus à luz do dia
Me despe com o teu olhar
como um caiapó
ou como um caiuá
Me encara, cara a cara, ao sol
como um caracol
que me destitua
da concha que sempre guardou
aquilo que sou
no meio da rua
por onde desapareci
como parecis
nus à luz da lua
Me despe com o teu olhar
Como um cariri
como um kamayurá
Eu, diante dos teus olhos, fico nu
sou eu sozinho, sem mentira, só eu só
Sou um índio pelado no Xingu
um menino encharcado no toró
Eu, diante dos teus olhos, fico só
Sou eu despido por teus olhos, só eu, nu
Sou um bote no meio do Xingó
um guri em redor do seu guru
VOZES DA MADRUGADA
VOZES DA MADRUGADA
(Celso Viáfora e Joãozinho Gomes)
Cidade cafuza onde eu moro Cidade confusa onde moro
Sem muro é a minha morada Pomares de amoras muradas
Com a franja d’aurora decoro Na pedra o jardim que lavoro
Os caramanchões na sacada auroras da cara manchada
Aonde os pardais fazem coro Buzina teu canto canoro
Com as vozes da madrugada madruga na tua vanguarda
Louvando o nosso decoro Afina e desafina o coro
Com músicas enluaradas no choro das encruzilhadas
Cidade cafuza onde eu moro Cidade confusa onde moro
Namoro a manhã serenada serena a manhã desvairada
Que dia após dia após dia dá quórum Que dia após dia após dia namoro
A nossa nortista jornada da minha paulista morada
Em ti vive tudo o que adoro Em ti vive tudo o que adoro
Contigo não me falta nada e aprendo que sei como é o nada
Teu rio reside em meu poro Se penso que já te decoro
Meu verso em tua tez morenada é quando apareces mudada
Cidade cafuza onde moro Cidade confusa onde moro
Meu ninho de eterna morada E oro por minha ninhada
A casa de amor onde oro que dança nos teus logradouros
Com a porta bem escancarada o funk das tuas quebradas
Cidade despida de ouro Cidade dos rios vazadouros
teu templo é a mata sagrada cimenta tua mata matada
e a chuva é teu choro A enchente é teu choro
por todas as vidas futuras, presentes e antepassadas
NOTURNA CIDADE
NOTURNA CIDADE
(Celso Viáfora)
Noturna essa cidade
que fica até mais tarde
que vara a noite a trabalhar
corrige prova em casa
faz compras no Ceasa
e vende flores no Araçá
Janelas acesas exibem a insônia dos prédios
farmácias entregam remédios pelos motoboys
Tem fila no supermercado
Padoca tem pão com pingado
uma bailarina pratica sonhando com vaga no Ballet Bolshoi
Noturna essa cidade
que trampa até mais tarde
descola um bico, dá plantão
repara um fio em curto
reforma um viaduto
manobra o trem numa estação
No quarto um artista dedilha o mesmo instrumento
que um outro executa na rua, depois passa o chapéu
Tem carro entregando revista
No ponto tem sempre um taxista
Tem feira montando barraca de peixe, de fruta, verdura, pastel…
Noturna essa cidade
que sonha até mais tarde
em ver a vida melhorar
entrar na faculdade
trocar de realidade
voltar de vez pro seu lugar
O último voo da noite aterrissa em Cumbica
depois de passar rente ao dorso dos arranha-céus
Os bares recolhem cadeiras
cozinhas apitam chaleiras
o dia aquece a Cantareira e desce a ladeira fazendo rappel
Noturna essa cidade
que fica até mais tarde
ACELERADO
ACELERADO
( Celso Viáfora)
Amontoa o frete no baú da bagageira, põe viseira, capacete e aí já é
Monta na bicheira, bota a chave no contato e sai rasgando depois de quicar no pé
Segue na costura, dando dura num banana, chuta a lata, a moto escapa, ele se esgueira
Tem uma encomenda pra deixar na Lapa, duas em Santana e uma última em Caieiras
Boy que é motoboy não dá vacilo, se o parceiro tá no grilo vai chover irmão de fé
O patrão põe pilha na loucura, só não põe a assinatura pro registro na carteira
Filma cada passo do trajeto e vai no certo que tá assim de nego a fim de lhe ganhar
Briga por espaço, buzinando e dando braço quando um merda invade o vão que é seu lugar
Manda no pedaço, vira um puta de um pentelho, dominando o corredor, tirando raspa
Arrebenta espelho, passa no farol vermelho mas escapa do radar tapando a chapa
O motor guinchando como rato nos esgotos da cidade que precisa atravessar
Quando chove para debaixo do viaduto mas só para um tempo para pôr a capa
e se mandar
Como existir sem o vento?
Como viver sem se arriscar?
Como perder o cheiro da chuva no ar
a chance de barbarizar
o ronco dos escapamentos?
Zune pelos túneis entravados como um vagalume zonzo zanzando de lá pra cá
ziguezagueando atrás do carro, zoando, tirando sarro de quem roda devagar
Depois de encarar buraco, barro, pedregulho, ele derrapa numa poça de chorume
cai beijando piche feito um bizarro besouro, queima o couro e, como já virou costume,
trinca uma costela, quebra a perna, bota pino, parafuso, fica sem o anular
Para só para a convalescença que cair não é doença, quer mais é chegar no cume
e acelerar, acelerar, acelerar
PÉ DE CACHIMBO
PÉ DE CACHIMBO
(Celso Viáfora)
No domingo eles ouviam um forró de pé de serra
quando o Choque entrou com bala de borracha e muito gás
dispersando a feira e pondo o Centro todo em pé de guerra
derrubando porta de pensão, barraca e tudo o mais
A biqueira do cachimbo esparramou a sua sede
Gente desbaratinada se espalhou que nem zumbis
de uma nova temporada da série The Walking Dead
sendo transmitida ao vivo por uma TV daqui
Sem um lugar pra onde ir
deixaram tudo por ai
o colchonete, o cobertor
uma garrafa de refri
um telefone em Salvador
um endereço em Jundiaí
gilete, espelho e pó de giz
um estilete, um guarda-chuva, uma boneca, um par de brincos e metade da cerveja
Na segunda eles ouviam uma dupla sertaneja
na biqueira nova lá na Praça Princesa Isabel
tinha nóia na estação, no parque, no portão da igreja
como mosca tonta sobre os cacos de um vidro de mel
No jornal do meio-dia a autoridade celebrava
como quem tivesse achado a cura para todo o mal
mas o mal que não se cura com porrada ou com palavra
alastrava sua gangue e abastecia o pessoal
Ficaram todos pelo chão
da Zé Paulino e da Barão
lá no metrô da Marechal
sob o pilar do Minhocão
Foram bater na Radial
foram zanzar no Mercadão
na imediação da Catedral
na Tiradentes, Ipiranga, São Luiz, Nove de Julho, na Cruzeiro, na Domingos…
No domingo eles ouviam rádio igual todo domingo
“Domingo pede de cachimbo. O cachimbo é de barro, bate no jarro. O jarro é de ouro, bate no touro. O touro é valente, corre atrás da gente. A gente é fraco, cai no buraco. O buraco é fundo, ’cabou-se o mundo!”
(parlenda do folclore brasileiro)
RACHA
RACHA
(Celso Viáfora)
Desde o colégio defenderam sempre a mesma bandeira
Um dia discutiram o voto na terceira saideira
Cacá não é fascista, nunca, nem de brincadeira
Dedé nunca pegou dindim com dono de empreiteira
e a discussão de bar virou brigar pra vida inteira
A sexta-feira nunca mais teve cerveja e caña
sábado à tarde a churrasqueira não assou picanha
Não se ligaram nem no 7 a 1 para a Alemanha
Nas eleições a internet virou guerra de trincheira
com munição pesada de palavras duras e rasteiras
Cacá não tem pavor que o pobre voe com a família
Dedé nunca foi conivente com qualquer quadrilha
e a discussão na rede virou rinha de matilha
A quinta-feira nunca mais teve bola e a batuque
miou a coisa de sair para dançar o zook
quem é Cacá bloqueou quem é Dé no Facebook
O tempo invés de serenar só fez foi acirrar a marra
Rolou tanta pancadaria que a marra talvez nem morra
Dedé não sabe o que cantar quando pega a guitarra
Cacá só sabe reclamar e soltar as cachorra’
e a turma foi perdendo o pique de fazer uma farra
O vinho foi perdendo o corpo e virando uma borra
A coisa foi perdendo o prumo e virando uma barra
Rachou a turma e esse racha acabou nessa porra
UM DIA DESSES
UM DIA DESSES
(Celso Viáfora)
Tinha 30 anos ou nem tanto
quando encostei meu pai num canto
e disse foi um desencanto
a sua geração
E ele, então,
com ternura e cansaço
pegou meu braço
levou lá fora
olhou o escuro
e disse: filho, é sua vez agora
faça mais que eu pelo futuro
Bem que gostaria de ter feito
um mundo mais direito
com mais justiça
onde a polícia
não matasse pretos porque são pretos
nem mulher fosse ser espancada
na madrugada
pelo seu homem
e apavorada dissesse nada
e nem que na quebrada
pudesse ainda alguém morrer de fome
Minha geração se não foi um deserto
no final das contas não deu muito certo
sempre, tarde ou cedo,
faltou um dedo pro desenredo
onde o melhor nos acontecesse
Que venham os netos
os bisnetos, tataranetos
e um dia desses…
Um dia desses que venham os netos
os bisnetos, tataranetos
e um dia desses, um dia desses…
Dói saber que somos tão covardes
pra perpetuar desigualdades
banir beleza
delicadeza
lavar as mãos
quando não
negar porto a exilados
refugiados, desesperados
fechar fronteira, queimar madeira
envenenar o chão
levar o ouro e devolver poeira
Rimos de piadas de viado
porque era assim que se fazia
não parecia
que fosse errado
só engraçado
Pra zombar, brincamos de ser machista
anti-semita
sem se dar conta de que a troça
também reforça
a lógica perversa dos homofóbicos e dos racistas
Venha agora a geração dos nossos filhos
que eles não repitam velhos estribilhos
Que trabalhem menos
que cuidem mais dos seus pequenos
e tenham menos interesses
Que venham os netos
os bisnetos
tataranetos
e um dia desses…
Um dia desses que venham os netos
os bisnetos, tataranetos
e um dia desses, um dia desses…
COMUNIDADE
11. COMUNIDADE
(Vicente Barreto e Celso Viáfora)
Meia-noite são ruas de assombração
Meia-noite a perua pára de vir
Meia-noite o boteco fecha o portão
Meia-noite quem tem que fazer serão
será que chega vivo no barracão?
É na boca do beco que escapa um teco
ou no tiro torto do batalhão
Faz é tempo que a vida ficou feroz
Faz é tempo que ninguém levanta a voz
Faz é tempo que o medo manda ni nóis
Quero ver presidente e governador
meia-noite, andar por aí a sós, professor
Vejo a cara de espanto daquele tio
por aquele homem que se explodiu
só porque lá morreu trinta-e-não-sei-o-quê
Trinta-e-não-sei-o-quê nesse fim de chão
vou falar pra você: é mês sim, mês não
Não sai no Diário
nem comentário
pra gente ver na televisão
Gente aqui paga imposto com o suor
Gente paga pedágio pro rei do pó
e quem cuida da gente é a gente só
Ou depois de sentir como que é o terror
a cidade também vai olhar por nós, professor?
O POPULACHO (texto incidental)
(Celso Viáfora)
A pessoa sobrevive na favela
nem o Estado e nem ninguém olha por ela
Paga imposto, como qualquer cidadão
qualquer não, porque na justa proporção,
o bacana paga quase uma esparrela
comparado o ganho dele com o dela
que sai do remédio e do arroz com feijão
Mas ela paga e padece
Então um dia acontece:
filho caçula adoece
começa a maldita saga
porque hospital não tem vaga
Com o filho no braço
volta pra comunidade
se sentindo o próprio bagaço
um poço de nulidade
Então, em pleno abandono,
no auge do desalento
encontra o dono, o patrono,
o chefe do movimento
que lhe paga o tratamento
cura a enfermidade
e cria, veja só que situação,
um elo de absurda gratidão
entre o desabençoado cidadão
e o bandido que lhe deu a mão
Agora sem querer ser catastrófico
e nem fazer apologia ao tráfico
se se desse com qualquer um a crueldade
de correr as ruas da cidade
atrás de conseguir atendimento
e receber um não da sociedade,
aquele que salvou o seu rebento
na hora da maior necessidade
teria o seu agradecimento
e, por retribuição, fidelidade
Pra quem não vive na periferia
tratado como fosse um porcaria
é fácil condenar, dar esculacho
mas pra quem encara essa todo dia,
pra maioria aqui do populacho,
o buraco, meu irmão, é mais embaixo
EM OUTRAS PALAVRAS
EM OUTRAS PALAVRAS
(Celso Viafora)
O cara disse “caralho”, você quase brigou
Eu disse “puta que pariu”, você se envergonhou
Você dá tanta atenção ao que quase não tem valor
Quem esconde a bomba sob o jeans?
Quem espanca negros em Berlim?
O que um surfista em Bali tem a ver com o terror?
Sacou agora ou não sacou?
Que diferença fará se eu digo “ânus” ou “cu”?
Que diferença fará “mijar” de “fazer pipi”?
Por que você não se ofende pelos civis em Cabul?
Por que não sente vergonha da fome no Burundi ?
Palavras feias não tiram a vida em Bagdá
Palavras belas não botam comida no Haiti
Por que você não se ofende com a violência em Rafah?
Por que não sente vergonha vendo as favelas daqui?
O cara disse “caralho”, você quase brigou
Eu disse “puta que pariu”, você se envergonhou
Você dá tanta atenção ao que quase não tem valor
Quem manobra os tanques em Pequim?
Quem detona a bomba em Bombaim?
O que um menino em Alepo tem a ver com terror?
Sacou agora ou não sacou?
Que diferença fará se eu digo “ânus” ou “cu”?
Que diferença fará “mijar” de “fazer pipi”?
Por que você não se ofende pelos civis em Cabul?
Por que não sente vergonha da fome no Burundi ?
Palavras feias não tiram a vida em Bagdá
Palavras belas não botam comida no Haiti
Por que você não se ofende com a violência em Rafah?
Por que não sente vergonha vendo as favelas daqui?
A VIDA VI
A VIDA VI
(Pedro Viáfora e Celso Viáfora)
Tão pequenino ele era
ponto pulsante na tela
dentro dele a imensidão
Na mamãe grávida vi
dádiva da vida, vi
No som do seu coração:
impávida, a vida vi
A navegar lá nave vá…
O rio do tempo segue além
Depois do rio tem o mar
Dentro do mar tem um mar
A profundeza do amor é um mar
A vida é um mar habitando em alguém
O ventre da mãe é o mar do neném
em sua sagrada espera
Ávida, a vida é bela:
nascer é como acender uma estrela
Todos os arranjos
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Celso Viáfora lança A Vida É, obra com formato inovador
Além de 13 músicas nas plataformas digitais, há um livro-CD com todas as faixas comentadas, expondo o pensamento e o método de trabalho do artista em profundidade
Para conhecer a fundo uma obra musical, não basta a simples fruição. Entender o contexto da letra, o processo criativo, a construção dos arranjos e a escolha dos caminhos musicais tornam mais rica a compreensão das intenções do artista.
Isso nem sempre está à disposição dos ouvintes. Por isso, principalmente no exterior, são comuns os livros que trazem as histórias por trás das canções. No caso de A Vida É, mais recente álbum do cantor e compositor Celso Viáfora, o próprio autor se preocupa em desvendar o processo criativo e o trabalho de construção das canções. Viáfora lança sua obra em formato digital, como é de praxe hoje, mas também em uma edição limitada de livro-CD, com a explicação detalhada faixa a faixa de toda a concepção das músicas, da composição à gravação.
“O CD, cada dia mais claramente, é uma mídia em extinção. As plataformas de streaming, de modo muito rápido, tornaram-se o principal meio para se ouvir música. Mas muitos amigos me pediam para manter o formato de disco, que pode ser ouvido em casa, como uma obra completa, num som mais amplo. Resolvi ir além e entregar para o meu ouvinte, além do CD, um encarte com quase 100 páginas mostrando todas as decisões criativas”, diz Viáfora.
A Vida É, décimo álbum de carreira do compositor, revela-se como o mais pessoal dos seus trabalhos (é autor, só ou com parceiro, das 13 canções e dos 13 arranjos), o mais maduro e, para alguns dos críticos e músicos que já o ouviram, o mais completo enquanto retrato de sua obra. Como destaque, a canção A Vida Vi, parceria do compositor com seu filho Pedro Viáfora (que divide os vocais com o pai), feita em homenagem ao primeiro neto, Davi.
TIDAL, MPB na Medida:
https://listen.tidal.com/playlist/88e82300-2d89-4702-972c-413e8db95b91
TIDAL, Novos Álbuns Recomendados:
https://listen.tidal.com/view/pages/single-module-page/6efa1677-1c3a-46e0-b393-1cf29ff70601/5/0f802e61-49a0-47dd-9d69-8042f487bca3/1
Depoimentos
Música de se ouvir com atenção
Nestes tempos de música descartável é raro um autor ir tão fundo na alma humana, na crítica social e no esmero da produção musical. Um álbum necessário. Um livro de se deliciar. Para músicos e compositores, uma aula.

Maravilhoso! E nesses momentos bicudos, necessário!

O trabalho de Celso Viáfora é de uma atualidade avassaladora – revolve nossos sentimentos e a nossa percepção de um mundo em mudança para revelar o que há de mais fundamental. Uma obra que ficará por gerações – justo por sua pertinência ao tempo presente.

A vida nos dá pouco tempo pra escolhas. Tudo é rápido e sem tempo pra trocar o que a vida nos impõe. Assim a vida passa e o tempo nos deixa matutando em que momento da vida descobrimos que a vida é só um tempo de aprendizado.

Celso Viáfora se coloca de maneira tão integra no que faz que nos leva sempre ao mais profundo de nossas emoções

“A Vida É” é simplesmente uma maravilha! Como se não bastassem os belos arranjos, letras, melodias, interpretações, há um gran finale, com a comovente “A Vida Vi”, que chega às raias do sublime. O lindíssimo menino Davi, neto de Celso e sobrinho de Pedro, recebe do avô e do tio um presente inesquecível. Vinicius de Moares dizia que gostar de Cyro Monteiro era prova de caráter. E eu digo que emocionar-se com “A Vida Vi” é prova de que se tem alma, coração, espírito. Viva “A Vida É”! Viva!

Essa canção é um primor.
Uma bela reflexão!
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Sobre o autor
Celso Viáfora é um cantor e compositor paulistano que com o passar dos anos, enveredou-se por outras artes afins como a literatura, os arranjos e o teatro. Para o bem da arte.
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