RETRATO DE UMA ÉPOCA:

Aos 18 anos, em 1978,  CELSO VIÁFORA tem música vetada pela Censura Federal. Veja o conteúdo da letra e perceba o absurdo da situação:

CRIME PRIMÁRIO letra censurada

Aos 22 anos, em 1982, CELSO VIÁFORA tem 7 músicas vetadas de uma única vez. Veja o conteúdo e confirme a incoerência do Regime. Lembre que, na mesma época, várias músicas de artistas consagrados eram liberadas, como uma forma de propaganda da distensão, enquanto a tesoura dos censores se voltava para os jovens. Viáfora teve de adiar o show que faria a fim de ensaiar canções novas para ocupar o lugar das que foram censuradas.

UM IDÍLIO BEM FREUDIANO letra censurada

VALSA PARA UM ADEUS LÍRICO E MAL EDUCADO letra censurada

TERRA E MAR letra censurada

TODO AMOR letra censurada

MOLEQUES DO MUNDO letra censurada

UMA CANÇÃO DESESPERADA letra censurada

VALSA PARA UMA CANÇÃO DESESPERADA letra censurada

 

OUÇA O MOMENTO DA CRIAÇÃO DA MÚSICA “QUANDO VI MEU PAI CHORAR”:

Um dia, perto do amanhecer, Celso foi acordado por um sabiá cantando próximo ao seu apartamento.  Emocionado com as notas do seu canto, o compositor a gravou num pequeno aparelho cassete. Em seguida, foi ao violão e começou a compor uma melodia inspirada naquelas notas. Música pronta, fez uma letra alegre para a melodia recém-criada. Quando mostrou a música para a família, sua filha, Clara, comentou que também ouvia aquele pássaro todas as manhãs, quando saia para a escola, mas que sentia não a  alegria da letra composta pelo pai e, sim, uma certa melancolia. Celso concordou com a observação da filha, voltou aos versos e assim nasceu a música “Quando Vi Meu Pai Chorar”. Ouça aqui a gravação do canto do pássaro, naquela manhã, e as primeiras notas da canção sendo composta.

Áudio do momento da criação de Quando Vi Meu Pai Chorar

No início da parceria com Ivan Lins, em 2000, Celso recebeu 7 músicas do parceiro para letrar. Uma delas, Ivan pediu para indicar o tema, com o que, claro, Celso concordou. Mas o tema era escrever uma letra para a Portela. Só que Celso é salgueirense fanático e, desde 98, tinha recebido o convite para desfilar na Ala dos Compositores da escola, do qual muito se orgulhava. Tristonho por, talvez, perder a chance de letrar o ótimo samba de Ivan, perguntou o porque do tema e o parceiro explicou que fez a música para a esposa, Valéria, portelense de coração, e descreveu, detalhe por detalhe, os gestos, as expressões, o brilho no olho e a emoção da companheira sempre que vê a escola querida. Percebendo que, ao prestar tanta atenção na mulher, Ivan mal reparava na azul-e-branco, Viáfora encontrou ali uma forma de garantir mais uma música com o parceiro, sem “trair” a vermelho-e-branco. A música e a letra você pode ouvir e ler em “Discografia”, no link “Basta Um Tambor Bater”. Mas veja as fotos, clicadas por Cristiane Bodini, do momento em que Celso mostrou a Ivan a letra e a segunda parte da melodia que acabara de compor:

Celso Viáfora, Emoldurada, Ivan Lins, Salgueiro, Portela

Celso Viáfora, Emoldurada, Ivan Lins, Salgueiro, Portela

Celso Viáfora, Emoldurada, Ivan Lins, Salgueiro, Portela

 

 

 

 

 

 

 

Celso Viáfora ganhou, em 2006, um Grammy, na categoria compositor, pelas músicas do Álbum “Cantando Histórias”, do parceiro Ivan Lins, eleito o melhor daquele ano:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No Festival Internacional de la Canciòn de Viña del Mar,

Chile, em 1986, com “Grão da Terra”.